Um abraço, um beijo,
uma ternurinha sem graça - faz tempo que não me vejo.
São meses fiando, uma concentração absurda,
só há fios pra mim há meses:
vermelho, rosa, verde e branco
vermelho, rosa, verde e branco
vermelho, rosa, verde e branco
sempre nessa ordem.
Eu poderia dizer industrial, nessa ordem industrial,
mas estaria te enganando.
O fazer pode ser mecânico,
execução de dedo num tempo exato:
puxa amarra, vai !
Faz-se um laço, dois, três, mil
laços de qualidade afetiva,
em série: puxa amarra puxa amarra,
que dia é hoje?
Somando ontem, hoje, mais amanhã,
dá uma totalidade de horas a fio,
puxando e amarrando
continuamente, exatamente,
minto:
tenho dúvidas, me perco,
ai, maldita lacuna !
vem cheia de saudade,
faz tempo que não me vejo.
Somando ontem, hoje, mais amanhã,
dá uma totalidade de horas a fio,
puxando e amarrando
continuamente, exatamente,
minto:
tenho dúvidas, me perco,
ai, maldita lacuna !
vem cheia de saudade,
faz tempo que não me vejo.