02:00 : Olho para o teto, as formigas fazem cósegas na bochecha, deixo-as sairem lentas, em fila, do meu olho esquerdo.
2:08: Sai a última formiga. Entendo que não há mais doçura. Meus olhos oscilam entre aberto, fechado, entreaberto, aberto, coberto.
2:40: O ventilador de teto está bambo, preciso chamar o Ney pra dar uma olhada.
3:14: Procuro linhas diagonais, transversais, uma ponta, outra ponta. Desenho a rosa dos ventos no retângulo da minha cama: lado esquerdo, lado direito, embaixo do leçol, por cima do lençol, sem lençol.
3:20: Pesco lágrimas, empilho-as embaixo do travesseiro, dizem que dá sorte.
3:52: Minha extremidade se dobra qual folha de papel protegendo o centro, guardo algo importante, me perco nas dobras e não alcanço o importante. Meus pés estão dormentes, quero dormir como eles.
4:38: Dói, acho que é gases.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Sabrina, essa insônia rendeu hein... eu adorei essa coisa entre o lúdico e o desespero. Minhas insônias (e insânias) também são assim, se bem que nunca soube descrever tão bem =)
beijos
Adorei a pescaria de lágrimas, particulas liquidas transformadas numa solida pilha de fé embaixo do travesseiro...
bj
Enviar um comentário