
Aquele gesto que precisa de mais força para existir no mundo, ou quase-gesto, se me permite usar o hífem antes dele nunca mais existir. Se já tenho que me despedir de coisas, e muitas, possíveis de fotografar, imagina a despedida das coisas que nem conseguiram encarnar? Quanto tempo e lenço nas despedidas dos quase, que morrem sozinhos ...
Insisto que, se não te gravo esta tinta no papel, sou eu que morrerei sozinha em "atos sem palavras 1". Desculpe o plágio, tento requinte com Beckett, mas só deixo escapar o deserto que existe e ridiculamente tento esconder. Atos sem palavras, querido, esse silêncio quase-cheio que minha pele capta, mas não faz sentido não. Não te leio e insisto que me leias.
Queria você, o quase-amor morto por falência de quase-beijo. Te vi mais uma vez em sonho, poderia rir do tropeço da noite e cair inspirada num poema-vivo, mas veio um quase-choro, não gosto de despedidas.