...de todos esses animais fantásticos, não tenho dúvida de que os da predileção de Borges são os que chama de "animais dos espelhos". Conta que, na época do Imperador Amarelo, o mundo dos homens e dos espelhos não eram, como agora, incomunicáveis e, além do mais, os seres de um e outro mundo não coicidiam nem em forma nem em cores. Passava-se de um mundo para o outro sem problema. Até que certa noite o pessoal do espelho invadiu a terra, travando-se uma sangrenta batalha, vencida pelas tropas do imperador Amarelo, que rechaçou os invasores e os encarcerou nos espelhos, imponde-lhes a tarefa de repetir todos os atos dos homens. Mas dia chegará em que aqueles oprimidos se libertarão e reunirão forças para romper as barreiras do vidro e do metal. e há quem diga que, antes da invasão, ouviremos, vindo do fundo dos espelhos, o rumor das armas...
ferreira gullar
terça-feira, 7 de abril de 2009
quinta-feira, 2 de abril de 2009
insônia
02:00 : Olho para o teto, as formigas fazem cósegas na bochecha, deixo-as sairem lentas, em fila, do meu olho esquerdo.
2:08: Sai a última formiga. Entendo que não há mais doçura. Meus olhos oscilam entre aberto, fechado, entreaberto, aberto, coberto.
2:40: O ventilador de teto está bambo, preciso chamar o Ney pra dar uma olhada.
3:14: Procuro linhas diagonais, transversais, uma ponta, outra ponta. Desenho a rosa dos ventos no retângulo da minha cama: lado esquerdo, lado direito, embaixo do leçol, por cima do lençol, sem lençol.
3:20: Pesco lágrimas, empilho-as embaixo do travesseiro, dizem que dá sorte.
3:52: Minha extremidade se dobra qual folha de papel protegendo o centro, guardo algo importante, me perco nas dobras e não alcanço o importante. Meus pés estão dormentes, quero dormir como eles.
4:38: Dói, acho que é gases.
2:08: Sai a última formiga. Entendo que não há mais doçura. Meus olhos oscilam entre aberto, fechado, entreaberto, aberto, coberto.
2:40: O ventilador de teto está bambo, preciso chamar o Ney pra dar uma olhada.
3:14: Procuro linhas diagonais, transversais, uma ponta, outra ponta. Desenho a rosa dos ventos no retângulo da minha cama: lado esquerdo, lado direito, embaixo do leçol, por cima do lençol, sem lençol.
3:20: Pesco lágrimas, empilho-as embaixo do travesseiro, dizem que dá sorte.
3:52: Minha extremidade se dobra qual folha de papel protegendo o centro, guardo algo importante, me perco nas dobras e não alcanço o importante. Meus pés estão dormentes, quero dormir como eles.
4:38: Dói, acho que é gases.
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