quinta-feira, 30 de outubro de 2008

teletransporte quântico






"Pela primeira vez, cientistas conseguiram passar informação quântica entre luz e matéria. O teletransporte inédito entre esses dois objetos da natureza diferentes consistiu na transferência do estado quântico de um pulso luminoso para um conjunto de átomos. Ou seja, luz se fez matéria.
O teletransporte quântico é a transferência do estado quântico de uma partícula para outra sem o uso da ligação física. Ele se baseia no processo de emaranhamento, segundo o qual as propriedades de duas partículas podem ser agrupadas mesmo se estiverem distantes uma da outra.
Diferente da viagem instantânea de pessoas na ficção científica, o termo teletransporte tem sido usado por físicos para descrever a transferência de estados quânticos entre átomos isolados. O estado quântico de um átomo é a descrição de características como energia, movimento, campo magnético e outras propriedades físicas."

(Eugene Polzik, instituto Niels Bohr, Dinamarca)





existe o teletransporte !!!!! tá provado !!!!



Vou sem mala nem nada, Paris, Torino, Estocolmo.
Visitas surpresas e íntimas.
Sigo dando uma volta ao dia em 80 mundos !
Mando foto de seus portos, hotéis e camas para cronópios,
eu e Julio. Xissss.


eu vôo, quem vem?



domingo, 26 de outubro de 2008

a(r)puros


Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas tem ritmo
- para que possas profundamente respirar.








Quem faz poema salva um afogado


* texto: emergência, mario quintana
trilha: mapa, uaikti

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

tato ou polidez?


"Um senhor abre a porta do banheiro por engano e vê uma mulher totalmente nua.
Ele rapidamente volta, fecha a porta e diz:
Perdoe-me, senhora.

isso é polidez.

O mesmo senhor abre a porta, e encontra a mesma mulher nua. E ela diz:
Perdoe-me, senhor

isso é tato !"


( beijos proibidos, truffaut)



terça-feira, 21 de outubro de 2008

movie (ing)

A personagem entra na casa. Seta em direção à vitrola. Escolhe Chicago/The blues/today! Preprara-se para o banho. Entra no chuveiro, deixa-lhe escorrer a água quente alguns minutos, não passa sabonete, xampú, creme, nada. Só água. Enxuga-se, veste o ropão. É tomada por um vazio. Espera

Passa hidratante, penteia-se, passa live-in para cachear os cabelos.  Pega um baseado já enrolado. Fuma. Olha-se no espelho, fixa o olhar para registrar como se sente agora, para lembrar-se mais tarde "aquele momento". Troca o vinil, René Hernandez. Dança na sala. Quer ser livre. A tela em branco espera ansiosamente um primeiro traço, espera. Pausa também é movimento

A personagem entra na cozinha, pega uma cerveja como um novo hábito de dona-de-casa. Olha-se no espelho do microondas, vê um rosto triste, talvez chapado, não quis mais imaginar seus 40 anos, quando tivesse marido e filhos, muitos clientes. Tanto quis a liberdade e agora ela se inflou como um balão. A personagem tem medo de altura !

Corta um pedaço de bolo de cenoura, solado ( a personagem anda empenhada em aprimorar seus dotes culinários). Senta no chão, come o bolo. Espera. Deita. Acende um cigarro. Troca o vinil, Transa, pontua "mora na filosofia, pra ver se sente a emoção que sentia. Canta, mas não há emoção. O passado não está presente. Há pausa. O tempo está estilhaçado, instantes que nascem e morrem como uma pia pingando. Espera, pausa também é movimento

Vai se deitar sonha que tem um bicho entalado dentro puxa garganta afora mas seu rabo seu rabo seu rabo seu rabo seu rabo não tem fim. Acorda no meio da noite. Espera. Não é tomada por nenhum pensamento, está lisa e branca, desacompanhada de fantasia, só. Espera



* o filme, espeeeeera



sábado, 18 de outubro de 2008

licença


Bulem as pestanas
Vem lá do olho avesso
abrindo um feixe
Pede que a deixe

Ih, que besteira !
Não é a milésima
nem as vinte
rio, cachoeira,

poça esquecida

retrato velho de morte

Não em preto e branco
A sua morte tem cor
Já disse uma vez:
Moça ou é úmida ou é seca
Deixe a água se impor





segunda-feira, 13 de outubro de 2008

love for sale



Love for sale,
Appetising young love for sale.
Love that's fresh and still unspoiled
Love that's only sligthly soiled,
Love for sale
Who will buy?
Who would like to sample my supply?
Who's prepared to pay the price
For a trip to paradise?
Love for sale
Let the poets pipe of love
in their childish way
I know every type of love
Better far than they
If you want the thrill of love
I've been through the mill of love;
Old love, new love
Every love, but true love
Love for sale

Appetising young love for sale
If you want to buy my wares
Follow me and climb the stairs
Love for sale
Love for sale

(composição: cole porter
interpretação: anita o'day)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

verso mudo

não seguro palavra
ela  tropeça e cai no chão
espatifada, me olha nos olhos
não diz nada, mas entendo


domingo, 5 de outubro de 2008

tamo frito?


ordem fora de alguma coisa alfabética 
ordem regresso de outra coisa ruído
é muita bandeira...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

acorda amor




















pon pon poron porooon

cigarras tocam suas cornetas
vagalumes iluminam a janela-cais
é  anúncio do grande salto 
da preguiça suicida 
cem anos dormidos
cem anos inabitados
jardim de nuvem
playground de carneirinho
são os dias nublados, vai
são os dias nublados...

não convenço mais






* escultura: rodin