segunda-feira, 2 de março de 2009

epifania

O grito.
Flácido, deitado ainda

sobre a linha do diafragma.
Infame, em fato, em caroço !
A potência em esplendor.

Oro pelo grito nosso;
que seja devasto sem dor,
que ecoe livre, os mil mundos.

Temo o grito cheio,
embuxado quase vingando,

e se aqui dentro ficar com saudade?
Ficar vazio?

Choro o grito mudo,
amarelo morto,

mais uma folha amassada:
cesta, lixo.

5 comentários:

Adrianna Coelho disse...


"O grito.
Flácido, deitado ainda,
sobre a linha do diafragma."


alguns poemas têm de ser lidos até o fim para serem considerados bons... o seu, no começo, já é excelente.

abraços, sabrina

Clara Cavour disse...

que lindo, sá!

Oro pelo grito nosso;
que seja devasto sem dor,
que ecoe livre, os mil mundos.

amei. que ecoe livre, os mil mundos.

Pedro S. Martins disse...

Alimentando-se do mundo.

omnia in uno disse...

oh se temo esse grito embuxado
da saudade calada...

Texto-Al disse...

mt bom;)

T.