Tinha astigmatismo, hipermetropia e estrabismo. Usava um óculos fundo de garrafa mesmo,que cismava em escorregar pra ponta do nariz. Não soube exatamente quando, mas aprendera a reverter a situação sem usar as mãos. A técnica consistia em levantar a bochecha esquerda, depois bochecha direita, e mais uma vez bochecha esquerda e depois bochecha direita junto com um último empurrão do nariz. Uma verdadeira dança facial.
Seus óculos sempre foram coloridos, por uma razão simples: eles combinavam com o borrão de cor que só ela via. Eles eram a janela colorida que definia onde terminava seu mundão e onde começava o pessoal lá fora.
Chorar embaçava mais, mas às vezes era bonito, porque o dia chovia com exclusividade e direitos autorais.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
a descrição de um gesto que se repete... por que a gente se repete tanto não é? nossa forma de sabervivência... puxa! vc voltou? vamos nos ver?
Ah, Sá, que coisa bonita tudo isso! "Eu digo e ela não acredita ela é bonita demais...". Vai em frente, amiga, que uma fã você já tem desde sempre.
Simples e puro de sentimento, seu texto é lindo.....tem jeitinho de querer caber em si, de infancia.
Ta lindo, sá
reconheço esse gesto unico...
uma forma de ver o mundo toda especifica, ADORO!
reconheço esse gesto, unico...
movimentos espontaneos, de criação natural!
É UM RETRATO LINDOO, COM UMA COLORAÇÃO ESPECIFICA...
gostaria de fixar residência na última frase, com quem trato?
fiz as malas para o mês e deixei ramirez em casa com a tia.
nossas fotos na grécia:
http://melomanomondo.wordpress.com/
Enviar um comentário