Estamos assim, lado a lado, eu e a barata. Um sorriso emoldurado desenha a cena. Há algo de cínico, blasé. Fingimos sempre que sentimos nada, representamos cordialidades, ficam dúvidas e tormentos, demais carga. Dou-lhe um beijo de despedida, ela vai. Fico só.
...
(me senti estranhamente triste, queria que ela fosse e queria que ela ficasse)
Tudo em volta é branco leite e eu sou o ponto vermelho inflamado, são infecções bacterianas e fúngicas, nunca virulentas.
...
( lembro de que a amei especialmente quando me cantou uma canção, havia sido feita pra mim? sempre acreditei que sim).
Choro um pouco, barata não namora gente.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
da série "oníricos"
Queria um poema de êxtase, vejo-o, mas só tenho esse vestido preto.
O vento me toca com o tecido, sinto as pernas, mas não sinto êxtase.
Minhas asas estão armadas.
...
acho que também vi no flanco do motor o mesmo anjo encouraçado.
O vazio se desloca, ausência de luz torna-se hiato de som.
[cena muda : visto nada]
O vento me toca com o tecido, sinto as pernas, mas não sinto êxtase.
Minhas asas estão armadas.
...
acho que também vi no flanco do motor o mesmo anjo encouraçado.
O vazio se desloca, ausência de luz torna-se hiato de som.
[cena muda : visto nada]
domingo, 11 de janeiro de 2009
disco velho
LADO A

Ah ! o macho....
Uma beleza !
Exposto e grosseiramente
reto, quieto,
o macho floreia sim.
[acho] não o vejo.
Olhai por mim.
LADO B
Por pouco
me encandeio,me arrepio.
Um carinho, um elogio.
Viro aranha, abelha
rainha.
Devoro da viga ao talo
e não sobra nada.
Me calo
como se consentisse
(o abandono da casa)
do emoldurado vão,
quero o finco dos pés
e quero asa!
Eis a fêmea-criação.
eis a fêmea-criação.

Ah ! o macho....
Uma beleza !
Exposto e grosseiramente
reto, quieto,
o macho floreia sim.
[acho] não o vejo.
Olhai por mim.
LADO B
Por pouco
me encandeio,me arrepio.
Um carinho, um elogio.
Viro aranha, abelha
rainha.
Devoro da viga ao talo
e não sobra nada.
Me calo
como se consentisse
(o abandono da casa)
do emoldurado vão,
quero o finco dos pés
e quero asa!
Eis a fêmea-criação.
eis a fêmea-criação.
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